Espaços urbanos

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Temporal no Centro Histórico - foto Francisco Nöller

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Carnavais de antanho

            Nos albores do século XX o carnaval em Cachoeira tomava as praças e ruas com apresentações das bandas de música e a presença de “mascarados” que perambulavam fazendo gracejos. Os mascarados eram predominantemente do sexo masculino, ou melhor, identificavam-se como tal, uma vez que este tipo de exibição era explicitamente proibido para mulheres de bem.
            Um dos grupos mais antigos que costumava se fantasiar e sair às ruas de Cachoeira, denominado Pirilampos, tomou as ruas no carnaval de 1900 e celebrou alegremente o reinado de Momo.
            Já em 1904 o carnaval de Cachoeira apresentou-se como estratégia de marketing. Ao som do “Zé Pereira”*, os foliões invadiram as principais ruas propagandeando os produtos da fábrica de fumo de Soares Netto, oferecendo-os como presente às pessoas que assistiam ao desfile.
            No ano seguinte, surgiu o Clube Diabo a 4, voltado às pessoas que não eram sócias dos clubes e que mediante ingresso de 3.000 réis podiam participar das folias de Momo. Em 1906, mal das finanças, o Diabo a 4 não pode atender aos foliões. Naquele ano não houve carnaval, pois nem o Zé Pereira saiu às ruas.
            O Bazar Krahe, de Martin Krahe, localizado na esquina da Rua 7 de Setembro com a Travessa 24 de Maio (hoje Rua Dr. Silvio Scopel), comercializava em 1907 serpentina, confetes, bisnagas, lança-perfumes, máscaras, narizes e barbas para o carnaval.
Bazar Krahe - Rua 7 de Setembro - fototeca Museu Municipal

            Nos anos seguintes os foliões seguiam em seu périplo pelas ruas, de forma autônoma, sem coordenação. E os clubes se organizavam para os bailes de “masqué”, com destaque para a dança chamada “polonaise-masqué”, sendo os salões invadidos pelos lança-perfumes e serpentinas.  
        
Fonte: Jornal O Comércio, banco de dados do Museu Municipal
*Zé Pereira: genericamente é brincadeira carnavalesca em que várias pessoas cantam e tocam bumbo enquanto desfilam.

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